A IGREJA CATÓLICA NECESITA DE SER RENOVADA

A Igreja Católica tem de ser provocada para sair da realeza do seu altar e provocadora quando sair para a rua. Teve início no último dia cinco e prolonga-se até ao próximo dia treze, em Lisboa, o Congresso Internacional da Nova Evangelização. Prometem ir para a rua, para Centros Comerciais e outros lugares públicos evangelizar.
Recordo-me e guardo com saudade as homilias do Monsenhor Guilherme, frade franciscano de nacionalidade moçambicano, que muitas vezes profetizava, que um dia seriam os padres africanos e de outros cantos do mundo que teriam de vir evangelizar a Europa.
De facto, os europeus, principalmente aqueles que vivem nas grandes cidades, cada vez vivem fechados dentro de uma concha. Se se foram afastando do altar de Deus, a culpa foi em primeiro lugar daqueles que representam a Igreja, que durante muitos anos viraram costas aos fiéis, criando uma barreira entre si e os fiéis. Durante muitos séculos, a maioria dos padres (seculares, agora mais conhecidos por diocesanos), viviam numa redoma fechada, quase intransponível, que em vez de viverem de uma forma humilde, como profetizavam, viviam entre almoços, jantares e festas entre as casas ricas da paróquia.
Anos passados do Concilio Vaticano II, em que o humilde Papa João XXIII, lançou o mote para que os altares passassem para o centro das igrejas e que muitas vezes também o Papa João Paulo II também relembrou o seu clero dessa necessidade, o que é facto é que essa barreira ainda permanece.
A maioria dos fiéis que comparecem aos actos de culto são os idosos, assim como também a maioria do clero está velho. Velho e sem capacidade de renovar o seu discurso. Isso afastou muitos jovens e os que agora regressam, surgem através de movimentos novos como o denominado "Caminho Neotecomunal". Outros como eu, preferem entrar nas Igrejas, nas horas que existe mais silêncio e que permite um maior recolhimento.
A Igreja precisa de várias reformas, entre elas ser mais humilde, terminar com o celibato obrigatório dos padres, rever a sua forma de pensar sobre os métodos contraceptivos.