26 setembro 2016

Ausência que enlouquece
O beijo que não se esquece
O desejo que não se perde
A tesão que não esmorece
Os sonhos dos dias passados
Desejos de novos dias esperados
Saudade do corpo ausente
Nostalgia na alma presente

Só quem AMA sente  

Carlos Victorino

21 março 2016


Poeta que voa
Pássaro que escreve
O céu, mundo comum
voa imaginação
poema escrito com penas
poeta não dês braços às algemas
Pássaro não te deixes engaiolar
O céu, liberdade
Poeta não te deixes apaixonar
Pássaro não descubras o amor
O céu, o mundo dos sonhos
Poeta, voa até ao sol
Pássaro, não sejas Ícaro
O céu, infinito
A terra, opressão

Carlos Victorino


20 março 2016

Um espelho, um reflexo
Eu sem ti, tu sem mim
Distâncias a separar
Imaginação que aproxima
Corpos masturbados
Uma provocação
Uma mensagem
Sintonia ou telepatia?
Um espelho, novo reflexo
Eu em ti, tu em mim
Corpos que tocam
Espíritos que se envolvem
Penetração em reflexo
Tesão em explosão
Curto o guião
Vontade, a continuação
Águas que abençoam

O abraço dos amantes

Carlos Victorino


16 março 2016

Uma cama, um altar
Contemplo a tua presença
Doce Vénus desnuda
Um bloco de folhas brancas
Não desenho o teu corpo
Não pinto a tua imagem
Não modelo a tua alma
Escrevo apenas um poema
Uma ode ao desejo
Os versos que fluem
Interrompes a minha escrita
Beijos no meu corpo a perturbar
Mãos no meu corpo a excitar
Do teu corpo faço um bloco
Escrevo na tua carne
Redijo uma nova página
O livro da tua vida a abrir
Anoto nele este momento
Gravo o meu corpo no teu
Registos para memória futura
Não quero ler as folhas passadas

Apenas escrever nas folhas futuras
Carlos Victorini


14 março 2016

Embriaga-me de ti
Cada gole é como um beijo
saboreio gole após gole
imaginado os teus lábios
A mão viaja pelo copo
imaginando viajar pelo teu corpo
Encanta-me de de ti
Mais um e outro gole
sente-se o aroma que o vinho inala
supondo ser o perfume da tua pele
que sinto quando beijo o teu pescoço
Arrebata-me em ti
acompanha-me em cada gole
combinados com os beijos quentes
cede-me o teu corpo, dele farei copo
dele beberei gota a gota.
Inebria-me de ti
um gole, um trago, uma golada
a sede de ti aumenta
sacia a minha secura nos teus seios
afoga-me no meu desejo
Embebeda-me em ti
o teu corpo, a vinha para eu vindimar
do teu prazer a levedar faz vinho
deixa-me beber do teu sexo
o néctar que Baco nunca provou
Estou ébrio de ti, sóbrio de mim
                                                 Carlos Victorino


12 março 2016

Acompanha-me  uma vez
Caminha a meu lado
Uma estrada por descobrir
Uma rota sem planos
Acompanha-me  uma vez
Viaja no meu mundo
Segue-me na loucura
O teu corpo, o mapa
Montes e vales por explorar
Acompanha-me uma vez
Façamos do carro uma nave especial
Uma viagem a reviver a juventude
Naquela praia duma vida, uma paragem
Para apenas os corpos viajarem
Acompanha-me apenas uma vez
Numa serventia de pecado
Pelos caminhos do prazer
Auto-estrada de emoções
Portagens de orgasmos
Acompanha-me hoje e sempre

Carlos Victorino


11 março 2016

Uma tela de cinema
Última fila escolhida
Fantasias por realizar
Qual o filme ver?
Que importa, fazemos o nosso filme
Pormenores pensados, riscos calculados
Sem cuecas, desconforto
Sem cuecas, libertação
Mão entre as tuas pernas, abrem caminho
Dedos que provocam
Dedos que estimulam
Dedos que acariciam
Dedos que penetram
Dedos que se alagam
Dedos que são orgasmo
Botão que se solta
Braguilha que se abre
Calças que se aliviam
Mão que prepara o caminho
Mão que acaricia
Mão que excita
Mão que faz endurecer
Um corpo que se debruça
Beijos que instigam
Beijos que despertam
Boca que oculta
Boca que chupa
Boca que provoca explosão
Vem amor, dá-me a mão

A nossa cama espera por mais acção
                                      Carlos Victorino


10 março 2016

Prende o meu corpo a ti
Faz das tuas grades a janela do meu cárcere
Algema-me na tua cama
O meu coração já está amarrado a ti
Venda-me do mundo
Alerta os meus sentidos
Faz-me teu amante
Cobaia das tuas fantasias
Toma o meu corpo como teu
O meu coração já é teu
Devora-me com os teus beijos
Viaja com as tuas mãos no meu corpo
Sente a tua a pele a tocar a minha
Rega o meu corpo com o melhor vinho
Seca-o com os teus melhores beijos
Excita-me para te excitares
Fode-me com os teus desejos
Tem um orgasmo de mim
Recebe o meu clímax em ti
Solta o meu corpo de ti

Para abraçar o tu em mim
                            Carlos Victorino


09 março 2016

Dois estranhos
Vidas que se tropeçam
A mesma estrada
Destinos opostos
Anos sem fim
Olho para ti
Não olha para mim
Sinto-me invisível
Nunca ouvi a tua voz
Desconheço o teu nome
Não sei de onde vens
Nem para onde vais
Apenas sei o que sinto
Apenas sei que te desejo
Um dia, apenas um dia
Encho-me de coragem
Agarro-te pelo braço
Levo-te no meu navio
Prendo-te a mim
Amarro-te nos meus braços
Faço-te viajar no meu mundo
Coroo-te Rainha da minha ilha
Dou-te todo o meu tesouro
Um dia, apenas um dia
Espero o cruzar do teu olhar.

08 março 2016

ÉS MULHER?
Sou contra os dias determinados para lembrar algo, logo sou contra o dia internacional da mulher. Todos os dias são dias de nos lembrarmos da mulher, não só enquanto ser humano, mas acima de tudo da mulher que é mãe, fonte de vida.
Lembrar da mulher que nasce menina, cresce, e é a irmã, prima, tia, avó, amiga, a namorada, a esposa, a mãe dos filhos, a professora, a colega de trabalho, a empregada que nos trás a comida à mesa no restaurante, a cozinheira (que muitas vezes nem sabemos quem é), a mulher que nos corta o cabelo, a que nos atende por detrás dum qualquer balcão ora de comércio ora dum serviço público ou privado, a polícia, a militar ou apenas a estranha que nos cruzamos simplesmente na estrada e torcemos o pescoço para a olhar de novo.
Lembrar das que ao longo dos séculos foram discriminadas porque não tinham direitos e lembrar de quantas sofreram para que hoje se tenham conseguido que existisse este dia, o direito ao voto, o direito a trabalhar fora de casa, e ser uma herdeira comum como os outros, o direito a viajar sem autorização do marido, o direito a casar que certas profissões impediam.
Lembrar das mulheres que sofrem ainda nos dias de hoje de escravidão, de mutilações, de violência doméstica e das muitas que morrem às mãos de autênticas bestas.
Se porventura fosse a favor do dia de alguma coisa, o dia da mulher deveria ser a 21 de Março. Dia da Primavera, pois a mulher é a primavera da vida de qualquer um de nós. Dia da Poesia, pois a mulher é naturalmente um poema, pena que muitos homens não a saibam ler.



07 março 2016

Loucuras antigas que renascem 
Sonhos passados que ressuscitam
Fantasias improváveis de acontecer 
Quis agora o tempo revelar
Abraça-me com a tua juventude 
Envolve-me nos teus braços frágeis
Engano da enorme força que tens
Faz-me sentir o teu corpo franzino
Um sorriso que cativa
Olhar que seduz e se entranha
Lábios esculpidos por Deus, ensandecem
Vontade voraz de sentir a tua boca
Vestido branco despido com beijos
Lingerie preta arrancada à dentada
Roupas no chão, carnes nuas
Cama redonda ao centro, um altar
Ao colo carrego o teu corpo esguio
Doce cordeiro em imolação
Corpos em metamorfose
Bocas que se arrebatam
Mordidelas que enlouquecem
Mãos numa louca viagem
Dedos que se alagam
Odores que se fundem
Sexos que se unem
Tesão em penetração
Tecto e paredes, corpos em reflexo
Loucuras sem tabus
Kamasutra em execução
Cocktail de orgasmos
Um abraço que acalma
Banheira redonda, purificação
O cheiro do sexo dilui-se na água
Louco desejo, vil tentação
Corpos de novo em consumação.
Carlos Victorino




06 março 2016

"Preparei com carinho e com todo o meu amor uma refeição para ti. Aguardo ansiosamente que caia a noite, que chegue a hora do jantar. Saudades de ti, da tua presença, do teu cheiro, dos teus beijos, que me deixes louca.
Sufoco a olhar o relógio e os ponteiros que não avançam. Almejo a tua presença à mesa. Se vais gostar do manjar que te preparei. O vinho que escolhi na loja do bairro com a ajuda dum empregado tolo que me mirou de cima a baixo. Será que ele pressentiu como ia ser a nossa noite?
Vem meu amor não demores. Penso nas conversas que vamos ter à mesa. Espero que não sejam conversas vans, saudades de quando eras bem atrevido comigo, dos teus piropos, dos teus sms provocantes, marotos, ordinários, mas que me enlouquecem.
Vesti aquela lingerie preta que tu tanto gostas. Quando me olhava no espelho, as minhas mãos viajavam pelo meu corpo imaginando que eram as tuas mãos macias. Louca para que me dispas rápido, trago vestido o vestido preto, bem decotado, que me ajudaste a comprar e que no provador daquela loja cheia de gente, me fizeste tua.
Saudades de olhar, que me despes a alma só de olhar, a maneira depravada com que olhas quando uso um decote expressivo. Arrepias-me só de imaginar.
Vem meu amor não demores. Não deixes a comida esfriar, nem o meu corpo arrefecer. Faz-me tua na mesa, faz de mim a tua comida favorita, a tua sobremesa. Rega-me com o vinho, bebe do meu corpo.
Vem meu amor não demores. A lareira está acesa, quero que tenhas muito calor. O meu corpo ferve já desejosa de ti. Preparei um DVD, escolhi um filme erótico para assistir-mos depois. A empregada do videoclube, olha-me com inveja, será que também teve a premonição da louca noite que vamos ter?
Faz-me de mim actriz, repete comigo as cenas mais loucas do filme. Faz-me sentir uma estrela dum filme real.
Vem meu amor não demores. Aguardo por ti no sofá, onde quero que me arranques à força a roupa, que as atires no chão, desarruma tudo desarruma-me, despenteia-me, suja-me de ti. 
Quero sentir a tua boca a tocar a minha, as nossas línguas a encontrarem-se. Arrepia-me com os teus beijos, devora o meu pescoço como um vampiro, suga-me. 
Os meus seios estão sedentos dos teus beijos, os meus mamilos duros desejosos do teu toque, das tuas chupadelas.
Vem meu amor não demores. O meu sexo alaga a cada minuto que se aproxima a noite, a humidade repassa já as cuecas. Dá-me a tua mão, penetra-me com os teus dedos, abre caminho para os teus beijos, para a tua língua me saborear, inebria-te com o meu gozo.
Vem meu amor não demores. Ansiosa, por despir-te, arrancar-te à força a camisa, rebentar botão a botão. Quero mordiscar a tua orelha, marcar o teu pescoço, beijar o teu peito musculado. Que apetite voraz eu tenho. Uma gana louca, de te abrir o botão, ajoelhar na tua frente e baixar as tuas calças e provocar-te com um sorriso maroto. Fazer descer as tuas boxers com a boca. Ávida por beijar o teu sexo, bem devagar para te deixar ansioso, com o meu apetite por o sentir na tua boca. Excita-me a cara de prazer, quando te chupo. O teu coração acelera.
Vem meu amor não demores. Senta-te no sofá, deixe-me sentar no teu colo de frente para ti. Penetra-me, quero sentir a tua tesão dentro de mim. Tu e eu, um só corpo. Ligados pelo teu pénis. 
O meu sexo já não é um lago, é um oceano de tanto desejar. Sente o meu corpo a dançar sobre o tu. Lembra da primeira vez que fiz um strip para ti. Deixa-me dançar no teu varão. Dou-te de prémio os meus seios. Sinto os meus bicos tão tesos, quanto o teu sexo me deseja.
Vem meu amor não demores. Vem-te, vem-te não demores. Explode em mim, dentro de mim. Que o nosso gozo, que as nossas essências se misturem dentro de mim, como um cocktail para celebrar o nosso amor.
Vem meu amor não demores. Vem dormir esta noite comigo."
das Cartas ao meu Amor, Mulher Mistério


Não ligo, não percebo e não costumo perder tempo a ver futebol. Porém, quando se está preso à cama, acabamos por ver na televisão coisas que em situações normais não veria. Num momento de zapping dei por mim a assistir aos comentários dos treinadores no rescaldo do jogo.
Como não seria de esperar outra coisa, qualquer intervenção do Jorge Jesus são uma autêntica comédia e não posso deixar de destacar a resposta ao jornalista da RTP.
Primeiro Jesus ficou revoltado por ter sido feitas três perguntas e a sua capacidade de decorar não vai além de uma, mesmo com um assistente ao lado.
Depois para responder a uma resposta sobre se agora em segundo lugar, se a pressão iria ser maior, trocou-se todo.
Mas o melhor momento, foi a resposta à terceira pergunta. Acho que ele ainda não sabe se está a treinar o Sporting ou ainda sonha que está a sonhar que ainda é treinador do Benfica quando diz: " no jogo do ano passado FICÁMOS a 7 ou 10 pontos de diferença. Estamos a comparar o que? ..." Ou será que já se sentia treinador do SCP no final da época passada?
Este senhor deve viver numa redoma revestida de espelhos e onde apenas ecoa: "Sou o maior"


Não ligo, não percebo e não costumo perder tempo a ver futebol. Porém, quando se está preso à cama, acabamos por ver na televisão coisas que em situações normais não veria. Num momento de zapping dei por mim a assistir aos comentários dos treinadores no rescaldo do jogo.
Como não seria de esperar outra coisa, qualquer intervenção do Jorge Jesus são uma autêntica comédia e não posso deixar de destacar a resposta ao jornalista da RTP.
Primeiro Jesus ficou revoltado por ter sido feitas três perguntas e a sua capacidade de decorar não vai além de uma, mesmo com um assistente ao lado.
Depois para responder a uma resposta sobre se agora em segundo lugar, se a pressão iria ser maior, trocou-se todo.
Mas o melhor momento, foi a resposta à terceira pergunta. Acho que ele ainda não sabe se está a treinar o Sporting ou ainda sonha que está a sonhar que ainda é treinador do Benfica quando diz: " no jogo do ano passado FICÁMOS a 7 ou 10 pontos de diferença. Estamos a comparar o que? ..." Ou será que já se sentia treinador do SCP no final da época passada?
Este senhor deve viver numa redoma revestida de espelhos e onde apenas ecoa: "Sou o maior"


03 março 2016

O sol dá lugar à lua
Uma mesa, dois amantes
Uma ceia que se anseia
Conversas vagas
Diálogo que se apimenta
Olhares que se cruzam
Um arrepio sem frio
Olhar que despe a alma
Um arrepio que faz estremecer
Olhos a penetrar o decote
Imagino teus lábios a beijar
Mão dada, mesa abandonada
Guia de viagem, acolhe o sofá
Sala pequena para viajar
Televisão, um filme, cenas de amor
Faz de mim a estrela principal
Um toque, uma provocação
Lábios que se devoram
Roupas caem por terra
Beijos, carícias - Provocação
Dedos a penetrar - Excitação
Corpos que se abraçam - Tesão
Sexos que se devoram - Degustação
Eu e tu, num só - Penetração
Tu e eu - Louca explosão
Orgasmo que desperta
Apenas sonho ou desejo consumado?
Carlos Victorino



02 março 2016

Mestre e aprendiz
Vocação que se alimenta
Conhecimento, transmissão
Partilha, encantamento
Compartilham-se vivências
Contam-se histórias
Revelam-se desejos
Alimentam-se fantasias
Da prosa nascem poemas
Colhem-se dicionários
Disseca-se a gramática
Cozinham-se letras
Confeccionam-se palavras
Degustam-se frases
Bebem-se sinónimos
Embriaga-se com o verbo
Um brinde, amizade
A sobremesa, admiração

01 março 2016

Sonhar, o desejo
Despertar, a vontade
Poema, a revelação
O ocaso que nos afasta do mundo
O crepúsculo a beijar o oceano
O mar a penetrar a lagoa
O areal, uma cama
Lábios que se tocam
Mãos que excitam
Intensidade em abraço
Sexo em oração
Matéria em chama
Corpos que se banham
Fogo que não se apaga
Odores que se embrenham
Carnes que se adentram
Tesão em explosão
Essências em combustão
Orgasmo, um abraço – Paixão

Carlos Victorino​