25 fevereiro 2016

Sentado ao espelho 
Reflecte-se o homem velho
Envolvido num manto negro
Mãos que penetram entre cabelos
Um arrepio transversal 
O silêncio termina
Um som metálico em percussão
O roçar acidental do teu corpo
Embala-me num sonho acordado
Despertam-se fantasias
Aguçam-se loucos sentidos
Mente e espelho, diferentes reflexos
Dalila devolve-me a liberdade
Preso a ti, sinto-me um Sansão
O segredo da força por terra
Tesoura arrumada, devolve o silêncio
Mãos que penetram os cabelos
Despertam-me do sonho acordado
Reflecte-se o homem novo
Vil espelho, ciumento do meu amor
Carlos Victorino