05 junho 2005

“CRIMES DE HONRA” ESTÃO A AUMENTAR NA EUROPA

A propósito da vinda ao nosso país da autora do livro “Queimada Viva”, foi publicada uma notícia no Público, que me deixou muito triste, mas que não me era estranha.
Segundo aquele diário, a ONU contabiliza cinco mil por ano a nível mundial, mas que este número peca por defeito. Acredito que este número esteja muito mas muito abaixo do anunciado. Se na nossa sociedade, que é considerada mais evoluída, nem os crimes mais “leves” de agressão familiar, são denunciados, por vergonha, quanto mais estes, que caso as mulheres daqueles países tivessem o “atrevimento” de se dirigir às autoridades, quase de certeza que as mesmas nem receberiam as denúncias.
Estes crimes de honra acontecem sobretudo em países como o Paquistão, Bangladesh, Líbano, mas estes “crimes” não podem ser associados à religião islâmica, mas sim a tradições patriarcais, que são sendo transmitidas oralmente de geração em geração, o que acontece à semelhança de tradições tribais em África, com a mutilação dos órgãos genitais das mulheres.
Este tipo de crime, é caracterizado, quando um membro directo da família (pai, irmão ou um primo), é incumbido de vingar publicamente o “Código da Família”, a uma jovem da família que tenha ou se suspeite que tenha perdido a virgindade, livremente ou por violação, em que as jovens são envenenadas, estranguladas ou queimadas vivas.
Também o mesmo artigo, referia que no Brasil, existem crimes semelhantes, mas a que se chamam de “paixão”.
Com o aumento galopante da imigração, por parte de habitantes desses países para a Europa é natural que essas tradições que estão enraizadas à centenas de anos nas suas culturas, aqui neste nosso velho continente as continuem a praticar. O problema é que os tribunais europeus têm medo de julgar estes casos com medo de serem acusados de racistas.
Felizmente no nosso país, não existe relatos destes casos, mas em certas regiões ainda existe também um pensamento patriarcal, em que as jovens não deixam de ser maltratadas, ora quando se descobrem que estão grávidas e são expulsas de casa, ou discriminadas em relação aos seus irmãos em termos de sair de casa à noite ou mesmo nas horas de entrada.