10 fevereiro 2006

É ASSIM QUE HOMENAGEAMOS OS NOSSOS POETAS?



Hoje quando passei no Centro Comercial Colombo, decidi parar quer nas livrarias da Fnan, quer da Bertrand, porque queria comprar os livros que compõe a obra do Manuel Barbosa do Bocage. Para tristeza minha e lá muito a custo, encontrei na Fnac três livros. Para que o grande poeta sadino não fique esquecido. No ano passado que deveria relembrar com mais duzentos anos da sua morte, nada praticamente foi feito e apenas é emitido no “Canal 1” da RTP uma mini-série.
Para que a sua obra não fique esquecida, transcrevo aqui um dos seus sonetos.

SONETO DE TODAS AS PUTAS
Não lamentes, oh Nise, o teu estado;
Puta tem sido muita gente boa;
Putíssimas fidalgas tem Lisboa,
Milhões de vezes putas têm reinado:
Dido foi puta, e puta d'um soldado;
Cleópatra por puta alcança a c'roa;
Tu, Lucrécia, com toda a tua proa,
O teu cono não passa por honrado:
Essa da Rússia imperatriz famosa,
Que inda há pouco morreu (diz a Gazeta)
Entre mil porras expirou vaidosa:
Todas no mundo dão a sua greta:
Não fiques pois, oh Nise, duvidosa
Que isso de virgo e honra é tudo peta.