30 novembro 2013

Está um dia frio e triste. Não apetece sair. Deito-me no sofá, para ver pela janela a chuva que entretanto vem de visita. Cai forte, soando nas telhas como uma melodia triste. Os pingos batem cada vez mais fortes nas telhas, parecendo um pianista revoltado carregando brutalmente nas teclas dum piano desafinado.
Sinto o corpo adormecer e o meu cérebro a viajar pelo mundo dos sonhos. Vejo surgir-te no horizonte, vestida com uma capa negra. Vais aproximando-te de mim, mais do que alguma vez estivemos perto. Contemplava-te apenas através da minha janela quando te via passar na nossa rua. Nem sequer trocamos palavras de conveniência, e estavas a um palmo de mim. Deixas cair a tua capa, e o teu corpo sensual apenas fica coberto por um corpete vermelho que realça as tuas formas e a tua sensualidade. Sinto as tuas mãos a tocar-me, subindo palmo a palmo suavemente pelo meu corpo. Sussuras algo doce, sinto os teus lábios a aproximarem-se dos meios, e desperto com o teu beijo. Oh Tareco, porque me acordas-te dum sonho tão bom.