AUTARQUICAS 2005
Finalmente terminou mais um período de poluição ruidosa e visual, a que simpaticamente chamam campanha eleitoral, com a publicação dos resultados de mais uma eleição autárquica.
Até à divulgação da sentença são inocentes, mas as vitórias políticas mais marcantes, foram as dos candidatos-arguidos, à excepção de Avelino Ferreira Torres. Sem se colocar em causa a sua competência como autarcas, estes, em nome de uma ética política deveriam ter-se abestido de concorrer a estes lugares. Recentemente escrevia Miguel Esteves Cardoso, que em vez de atacar estes candidatos e os eleitores que votam neles, porque não atacar a Lei. No tempo do meu avô dizia-se que a palavra valia mais que uma escritura.
Se hoje até as escrituras são desrespeitadas, como há-de a palavra de ter algum valor.
Depois assiste-se a cenas só visíveis em países terceiro-mundistas ou de regimes políticos totalitários, como aquele que se viu com Fátima Felgueiras a comemorar a sua vitória na varanda dos Paços do Município e a abraçar um por um dos seus "súbitos". Cabe perguntar: quem é que abriu as portas?
Apesar da vitória, Isaltino foi o mais contido no seu discurso de triunfador enquanto que Valentim Loureiro e Fátima Felgueiras, do alto do palanque, perante o seu povão cego, numa atitude hipócrita, queriam fazer parecer ao país que são os invencíveis, querendo dar lições de política aos seus ex-lideres políticos e ainda fazer parecer que esta vitória política seria o princípio da vitória da Justiça. Espero que a Justiça não se intimide com estas conquistas, e que julgue com rigor se estes são ou não culpados. Porém, a sua lentidão em julgar tem de acabar. Não é admissível num país dito evoluído uma justiça tão morosa, em que grande parte dos processos acabam por prescrever deixando de julgar os prevaricadores.
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