ENTRE OS NOMEADOS, ESTAVA UMA PORTUGUESA
Este ano entre os nomeados para o Prémio Nobel da Paz, estava uma candidata portuguesa, a Drª. Inês Fontinha, dirigente da Associação Ninho, que protege mulheres que abandonaram ou querem abandonar o mundo da prostituição.
Aquela que é chamada a mais velha profissão do mundo, cada vez mais é praticada de uma forma descancarada e livre.
Basta abrir os jornais diários e são páginas e mais páginas com anúncios de "oferta de convívio". E a publicidade não se limita à imprensa escrita, igualmente na internet ou a partir de certas horas na TV por cabo, é o "Vai, me liga".
Para a ONU, a prostituição é uma forma de escravidão, porém, por aquilo que vou observando e "investigando", e não falo apenas em relação a Portugal, mas cada vez mais vou concluindo que a situação de escravatura não se coloca agora, como se poderia afirmar há anos atrás. Actualmente a realidade é bem diferente.
Falar-se hoje que as mulheres latino-americanas, asiáticas ou africanas ou ainda da Europa de leste, são aliciadas para vir trabalhar na Europa para determinadas profissões que nada têm que ver com a prostituição e que depois quando chegam ao seu "destino prometido" são obrigadas a prostituir-se, não é inteiramente verdade. Não sejamos hipócritas, porque nem elas são estúpidas. O que é facto, o que vêem fazer já sabem, só que sim e outras não, desconhecem que para garantia do pagamento da passagem do avião lhes é "apreendido" o passaporte pelos patrões, assim como também elas são "aprisionadas" até liquidarem a dívida. Não deixa é de ser verdade, e aí poderá falar-se de exploração, que alguns destes "patrões " se aproveitam e cobram o que pagaram pelo bilhete de avião, em dobro, em triplo ou até mais. Esta realidade verifica-se mais no norte interior do país e em Espanha junto às nossas fronteiras, no resto do país a maioria vem pelo sei próprio pé.
Também as origens da prostituição já não são apenas oriundas de famílias ou países pobres. Hoje, a percentagem das mulheres destas origens é cada vez menor, pois independente da formação cultural, a prostituição tornou-se um modo de subsistência, em que o comércio do corpo atravessa os guetos, passa pelas boates e casas de espectáculos, entra nas universidades e termina nas grandes rodas sociais. É bem sabido, que em países como os Estados Unidos e Canadá o maior número de "trabalhadoras" em casas de strip-tease são estudantes universitárias, assim como, na prostituição, é encontrado um meio fácil, por estas jovens, distantes das suas cidades natais, não propriamente para sustentar os seus estudos, mas para sustentar luxos e vida fácil. De forma mais ou menos parecida esta realidade verifica-se em todo o mundo evoluído e Portugal não é excepção. Consoante o número de mulheres ia aumentando entre as que ingressavam no ensino universitário, paralelamente também o número das que se prostituíam crescia. Aquele tipo de prostituição mais recatada, típica do anterior regime político, praticada em apartamentos de luxo e bordéis, depois de nos anos setenta e oitenta esta passar para a beira das estradas, regressava nos inícios dos anos noventa aos apartamentos das grandes cidades, onde se concentravam os principais centros universitários (Lisboa, Porto e Coimbra). No decorrer dos anos noventa com o surgimento das universidades particulares e a sua implantação ao longo do país, esta forma estendeu-se de certa forma a todo o país.
Com a chegada do novo século, o negócio do sexo proliferou como cogumelos à maioria das cidades e vilas do nosso país, com um novo factor que veio alterar a vida dos portugueses, a imigração. O negócio do alterne, esse foi o que mais cresceu. O alterne não significava directamente prostituição, até à chegada dos imigrantes esta era feita basicamente por portuguesas, e tinham a companhia destas a troco do pagamento de umas garrafas de champanhe rasco e esta forma ainda se foi mantendo mesmo com a integração neste mercado de trabalho, das “russas” e das brasileiras. Porém, devido à crise económica e ao boom de brasileiras que não paravam de chegar, desde o ano passado, esta forma foi-se alterando e cada vez mais passou a estar conectada com sexo. As “alternadeiras” que estavam a habituadas a um rendimento diário entre os cem e duzentos euros diários, vendo os seus “ordenados” baixarem significativamente, passaram também de certa forma a prostituir-se, e a troco de uma garrafa de champanhe, o cliente recebia um “extra” ou estas fora dos horários dos seus “empregos”, passaram a receber os seus clientes do alterne, para o sexo puro e duro, isto porque os clientes habituais deste tipo de casas nocturnas são os construtores civis ou a quem a ela está directamente ligada, e devido à crise económica que se vive no sector, associado à baixa de preços na “venda do corpo” com o aumento da chegada das brasileiras.
Mais recentemente, igualmente consequência da chegada dos brasileiros, também os homens começaram a ingressar neste tipo de trabalho, nessa mesma perspectiva, de dinheiro fácil.
Se antes só era possível aos homens "financiar" as profissionais de sexo, porque eram eles que ganhavam o sustento da casa, eram eles que possuíam o único meio de transporte da casa, e socialmente apenas a eles era bem visto chegar fora de horas a casa, com a melhoria do nível de vida das famílias, com a alteração vivida a nível económico e social das famílias nos últimos anos, e porque as mulheres deixaram de ser apenas as “donas de casa” e passaram a ter o seu emprego e contribuir da mesma forma para a riqueza familiar, em que qualquer família da classe média hoje possui cada um o seu meio de transporte, são também agora elas que, embora ainda de uma forma envergonhada, integram o número de consumidores. Sendo que, actualmente o maior número de profissionais liberais (médicos, advogados, professores) são mulheres, assim como no mundo empresarial a maioria dos cargos executivos, passaram pertencer às mulheres, hoje, vivem cada vez mais para a sua carreira profissional, abdicando duma vida familiar e para satisfazer os seus desejos carnais, recorrem também a prostitutos.
A prostituição, escravatura, hoje? Nim
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